28 de dez. de 2011

Isopor (Élio Camalle) - Um 2012 com estrelas e paredes de isopor!!!

Fantástico! enviado pela grande amiga, Isabel Carvalho. Obrigada!


Que a luz da lua escorra
Pela pele, pelos pêlos
E que raios de sol embaracem seus cabelos 
Que a vida lhe dê muita saliva
Pra lamber sonho em carne viva
Que seu riso não tenha o mínimo pudor


Que os ventos soprem sempre a seu favor
Que você encontra a cama feita, a mesa farta
A casa em festa
Que a boa estrela grude no meio de sua testa
E que o mal tenha paredes de isopor
Tudo de bom



FELIZ 2012!

13 de dez. de 2011

Uma excelente contribuição para o debate sobre Belo Monte - Artigo de Luiz Fernando Dias Duarte na Revista Cs. Hoje

Desenvolvimento e destruição
 
Por: Luiz Fernando Dias Duarte
Publicado em 02/12/2011 | Atualizado em 02/12/2011

O antropólogo Luiz Fernando Dias Duarte aborda na sua coluna de dezembro da Revista Ciência Hoje as contribuições críticas de uma antropologia voltada ao enfrentamento direto dos desafios que o projeto de desenvolvimento econômico apresenta para o planeta e as sociedades contemporâneas.

A locomotiva a vapor, ícone da Revolução Industrial, foi ao mesmo tempo um símbolo do progresso triunfante e um agourento fantasma a recobrir de cinza e fumaça os campos e as cidades. (foto: Jim Daly/ Sxc.hu)

LER TEXTO NA ÍNTEGRA


E por falar em desenvolvimento... (???) e aproveitando o embalo para não esquecer de Belo Monte, leiam, por favor, e, caso concordem, assinem o Pedido ao Conselho Nacional do Ministério Público e ao Conselho Nacional de Justiça

5 de dez. de 2011

literafro – Portal da Literatura Afro-brasileira


Um espaço virtual para divulgar e estimular a pesquisa e a reflexão a respeito da produção literária dos brasileiros afrodescendentes
     A literatura afro-brasileira é “um conceito em construção”, diz o professor Eduardo de Assis Duarte, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde coordena o grupo de pesquisa “Afrodescendências na Literatura Brasileira”. 
     Contribuição significativa para o edifício deste conceito, a coleção “Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica”, organizada por ele e recém-lançada pela Editora da UFMG, reúne, em quatro volumes, uma série de ensaios e referências biográficas e bibliográficas sobre cem escritores, dos tempos coloniais até hoje. Fruto da colaboração de 61 pesquisadores de 21 universidade brasileiras e seis estrangeiras, a coletânea procura organizar a ainda dispersa reflexão acadêmica atual sobre o tema, num percurso histórico que vai de clássicos (Machado de Assis, Lima Barreto, Cruz e Sousa) a contemporâneos (Nei Lopes, Paulo Lins, Ana Maria Gonçalves), passando por nomes importantes esquecidos (Maria Firmina dos Reis, José do Nascimento Moraes).
     O trabalho do projeto pode ser acompanhado no site <http://www.letras.ufmg.br/literafro/>. 


VER matéria completa em 
http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2011/11/05/antologia-critica-traca-historia-da-literatura-afro-brasileira-414930.asp

24 de nov. de 2011

Sessão Especial globale Rio 2011: 
Globalização e desterritorialização: os (des)caminhos do desenvolvimento



Por favor, divulguem e prestigiem essa sessão especial do globale Rio!!


FASECineclube SocioAmbiental Campos convidam à:



Sessão Especial globale Rio 2011: 
Globalização e desterritorializacao: os (des)caminhos do desenvolvimento




Cada vez mais, energia, água, minério, produtos agrícolas e espaço territorial são mercadorias que definem a atuação dos países no comércio internacional e seu espaço na geopolítica mundial. O avanço da fronteira de exploração de tais recursos produz uma série de alterações nas formas de ocupação e uso do espaço que resulta na desestabilização de formas de produção relativamente autônomas,  responsáveis pela conservação da biodiversidade e dos recursos ambientais . Em cada país tem sido múltiplas as respostas: populações indígenas, comunidades quilombolas, pequenos produtores rurais, pescadores e extrativistas reafirmam e recriam suas identidades, resignificando seus territórios e colocando em debate o modelo de produção e consumo.


Através da exibição dos documentários Teclópolis, Não Vale e É tudo mentira  essa sessão pretende discutir os impasses do modelo de desenvolvimento brasileiro e apontar as rotas de fuga que comunidades tradicionais tem traçado para resistir aos impactos que tendem a afeta-los de forma mais intensa.


Quando: Dia 25/11 as 16hs
Onde: FASE
Rua das Palmeiras, 90 (Botafogo) - Rio de Jnaeiro


Dado o numero limitado de vagas, pede-se confirmar participação:
globalerio@gmail.com


Maiores informações:
http://festivalglobalerio.blogspot.com/
http://cineclubesocioambiental.blogspot.com/


Teclópolis
Javier Mirad e Cancan Club. Argentina, 2009, 12min.          
Era uma vez... revistas se agitam ao vento, uma câmera Super 8 rasteja sobre uma mesa enquanto um cobertor velho vem e vai. De repente, um rato. Então, uma civilização correndo em direção a seu destino inevitável. Poluição por plásticos atingiu tal ponto que até mesmo as praias mais remotas não estão seguras.


Não Vale
Silvestro Montanaro. Brasil, 2010, 75min.          
Sinopse: Acompanhando o percursso do trem, o Filme segue caminho até Açailândia, cidade de contradições, onde a riqueza e miséria convivem numa paisagem artificial de pastos e monocultura de eucalipto. A pesquisa aprofunda o impacto ambiental das empresas siderúrgicas e da Vale do Rio Doce com suas carvoarias


Tudo Mentira
Jaco Galdino. Brasil, 2007, 10min.          
É Tudo Mentira mostra os danos sócioambientais causados pela carcinicultura (criação de camarão em cativeiro), a luta e organização da sociedade civil para impedir, em Caravelas, a implementação da maior fazenda de camarão do Brasil e a criação da reserva extrativista de Cassurubá/BA.


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Ajude a divulgar o globale Rio! !! 


Festival globale Rio 2011


Globale é um festival que propõe, através da exibição de filmes de ficção e documentário, construir momentos de debate com um público amplo sobre temas relacionados aos processos de globalização. É um festival sem fins lucrativos, não competitivo e que, portanto, não entrega prêmios nem cobra taxas de inscrição. globale nasceu em Berlim (Alemanha), em 2003, e segue sendo realizado até hoje com o propósito, inclusive, de que as sedes do festival sigam multiplicando-se, de forma a criar uma rede.


Atualmente, o globale acontece em três cidades alemãs, em Montevidéu (Uruguai), desde 2009, e também em Varsóvia (Polônia) desde 2010. O Rio de Janeiro terá sua primeira edição em novembro de 2011.


Os comitês organizadores em cada cidade-sede são compostos por um grupo heterogêneo de pessoas que colaboram de forma solidária na organização do festival. O grupo tem uma gestão horizontal e o compromisso de tomar suas decisões por consenso.
Confira a Programação do Festival globale Rio 2011
Os interessados em acompanhar as atrações do Festival globale Rio 2011 podem se preparar. A programação do evento está disponível, repleta de filmes, apresentações artísticas, debates e uma grande maratona de encerramento! Foram 49 filmes selecionados, divididos em 18 sessões, que irão trazer ao espectador reflexões e uma intensa troca de ideias sobre temas como meio ambiente, questões étnicas, exclusão social, projetos independentes e barreiras visíveis/ invisíveis.


O Festival globale Rio 2011 será realizado entre os dias 18 e 26 de novembro, com exibições nos seguintes locais: Centro Cultural Justiça Federal (Centro), Cinema Nosso (Lapa), Ponto Cine(Guadalupe Shopping), Lona Cultural Serginho Meriti (São João de Meriti), Biblioteca Parque (Manguinhos), Espaço Troque uma Arma por um Pincel (Rocinha) e Loja da Roça (Complexo da Maré).


Contamos com a sua presença!

13 de nov. de 2011

Zygmunt Bauman – Entrevista em Fronteiras do Pensamento 2011

Atravessar as fronteiras do pensamento...



Entrevista com o filósofo polonês Zygmunt Bauman para o Fronteiras do Pensamento, apresentada na ocasião do encontro com o pensador francês Edgar Morin. Datas: 08/08/2011 (Porto Alegre) e 09/08/2011 (São Paulo).

22 de out. de 2011

A Companhia Marginal da Maré

     A Cia Marginal é formada por militantes que procuram transformar a realidade que os cerca. No teatro, eles fazem da cena uma frente de ação coletiva e de libertação pessoal. Para isso, investem em formação técnica e artística, e nos últimos anos vêm se instrumentalizando para buscar a consolidação – espaço, continuidade, circulação.    

   Seu último espactáculo, esteve baseado em uma série de conversas com pessoas presas em penitenciárias do município do Rio de Janeiro, Ô, LILI  procurou estabelecer uma conexão critica e criativa entre o universo prisional de regime fechado e a realidade dos espaços populares cariocas, submetidos hoje a uma série de restrições, como fronteiras do tráfico, muros e controle armado da polícia.


Fonte: Página da Cia Marginal: http://www.ciamarginal.com/#c89/custom_plain

VALE A PENA ESTAR ATENTO PARA NOVAS APRESENTAÇÔES já quea a Cia Marginal prevê uma nova temporada do espetáculo em teatro da zona sul carioca (ainda à definir) no primeiro semestre de 2012.

9 de out. de 2011

Blog Vozes do Clima Brasil no ar!

    Tá no ar o novo blog Vozes do Clima Brasil. O blog é uma contribuição da Fase para fortalecer a resistência à mercantilização da vida e às falsas soluções de mercado para a crise climática. 

Para visitar o blog, clique na imagem


    Neste espaço virtual estão reunidos documentos sobre os debates em torno das mudanças do clima, além de notícias e relatos para valorizar as ações por justiça ambiental e climática. Vale a pena uma visita, acesse http://vozesdoclimabrasil.org/

20 de set. de 2011

Curta-metragem "Acorda Raimundo, acorda" (Brasil, 1990)

Em "Acorda Raimundo, acorda" o estranhamento como estratégia para refletir sobre as relações de gênero na nossa sociedade. Ajuda a entender "Sexo e Temperamento" da Margaret Mead

FICHA TÉCNICA DO FILME:
Direção: Alfredo Alves
Tipo: Ficção
Ano de produção: 1990
Duração: 16 minutos
Origem: Brasil (RJ)
Produtora: CETA-IBASE, Iser vídeo
SINOPSE DO FILME: E se as mulheres saíssem para o trabalho enquanto os homens cuidassem dos afazeres domésticos? Essa é a história de Marta e Raimundo, uma família operária, seus conflitos familiares e o machismo, vividos num mundo onde tudo acontece ao contrário.

PARTE 1/2



PARTE 2/2

19 de ago. de 2011

Mobilização global contra Belo Monte - Participe!

Mobilização global

contra Belo Monte

    No próximo sábado, 20/08, o Brasil vai às ruas para protestar contra a destruição da Amazônia. E diversos países nos cinco continentes realizam atos de solidariedade em frente às Embaixadas/Consulados brasileiros no dia 22/08.
    Nos últimos meses, a população brasileira vem testemunhando sucessivas agressões contra a Amazônia e os povos da floresta:
1. O governo autorizou o início da construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu
2. A Câmara dos Deputados aprovou mudanças no Código Florestal que diminuem a proteção das nossas matas
3. Lideranças comunitárias na Amazônia continuam sendo vítimas de assassinato e violência na região
     Vivemos um momento politico bastante complexo e delicado, que pode definir o futuro da humanidade. Chega de destruição na Amazônia.
    O projeto Belo Monte é um exemplo cabal de ineficiência energética: apesar da propaganda do governo de que será a 3ª maior hidrelétrica do mundo (em tamanho), produzirá, em média, apenas 39% da eletricidade que promete. Além disso, é um projeto absurdamente caro (cerca de R$ 30 bilhões, dos quais 80% são dinheiro do povo, a ser desembolsado pelo BNDES), e foi imposto pelo governo através de um processo brutal de sucessivas violações da legislação e da Constituição nacionais, e de acordos e tratados internacionais.
     Acima de tudo, porém, o projeto de Belo Monte vai impactar de forma irremediável a vida das populações locais, da fauna e da flora do Xingu, destruindo e secando parte de um dos  mais belos e ricos rios do mundo, e transformando a região em terra arrasada. E os reflexos já são visíveis: Altamira foi campeã de desmatamento nesse primeiro semestre.
Um número cada vez maior de brasileiros está saindo às ruas para exigir a proteção do nosso maior patrimônio socioambiental: a floresta amazônica e respeito aos direitos humanos; e conta com a solidariedade da comunidade internacional. 

Juntos, podemos fazer a diferença!

Você pode ajudar a proteger a Amazônia
Diversos protestos estão sendo organizados no Brasil. O próximo sábado, 20/08, será marcado por atividades contra a construção de Belo Monte e contra as mudanças no Código Florestal em diversos estados.

E, no dia 22/08, diversos países nos cinco continentes vão mostrar sua solidariedade ao povo brasileiro, protestando em frente às Embaixadas/Consulados Brasileiros ao redor do mundo.

Participe!

Clique aqui para ver a lista das atividades programadas no Brasil (20/08) e internacionalmente (22/08)

7 de ago. de 2011

O veneno esta na mesa - novo documentário de Silvio Tendler

Campanha contra os OFENSIVOS AGRÍCOLAS no Brasil. Desde 2008 o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

Documentário de Silvio Tendler lançado dia 25 de julho de 2011

ASSISTA o documentário completo:





Silvio Tendler é um especialista em documentar a história brasileira. Já o fez apartir de João Goulart, Juscelino Kubitschek,Carlos Mariguela, Milton Santos, Glauber Rocha e outros nomes importantes. Em seu último documentário, Silvio não define nenhum personagem em particular, mas dá o alerta para uma grave questão que atualmente afeta a vida e a saúde dos brasileiros: o envenenamento a partir dos alimentos.

Clique aqui para ler a entrevista com o Silvio Tendler publicada pelo Brasil de Fato

25 de jun. de 2011

1ª Semana “Cinema e Migrações” do NIEM

     Tratando dos dramas humanos, desde o plano social até o mais individualizado, o cinema não poderia deixar de enfocar as migrações. Sendo ele essencialmente movimento, uma expressão de arte que permite expor as sequências – reais e imaginárias – dos percursos de vida de seus personagens, é natural que dedique especial atenção ao migrante, aos seus momentos de passado e presente, às suas divisões entre origens, passagens e destinos.

       Nos seus onze anos de existência, o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios - NIEM sempre considerou em um lugar muito significativo essas imagens e pessoas em movimento. Tendo nascido como espaço de debate e pesquisa da migração nas suas mais diversas dimensões, assim como oportunidade de encontro para os que se interessam, se mobilizam e se comovem com as histórias de migrantes, em muitas ocasiões exibimos e debatemos filmes. Serão cinco dias, durante os quais algumas obras significativas serão exibidas, sempre acompanhadas de debates livres entre o público e estudiosos dos temas apresentados.

Os filmes serão exibidos nas tardes dos dias 27 de junho a 1º de julho, sempre a partir das 13:30, com os debates se estendendo até as 17:00, no auditório do IPPUR-UFRJ.

No endereço:

Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM)
Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR-UFRJ)
Av. Pedro Calmon, nº 550 - Prédio da Reitoria
5º andar Cidade Universitária -
21941-901 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Telefone: 21 2598 1923/1919 - Fax: 21 2598-1923


Inscrições pelo e-mail: NIEM.migr@gmail.com



P r o g r a m a ç ã o :
  
Dia 27/06, às 13:30:

Uma janela para a lua (Colpo di Luna)

Diretor: Alberto de Simone
Ficção (Itália, 1995)
Um homem volta à pequena aldeia em que nasceu, na Sicília, e resolve reformar sua antiga casa. Completamente envolvido com o futuro - pesquisa a origem dos buracos negros - quer se desfazer do passado. Contrata Salvatore, um velho trabalhador da região, e seus dois filhos. Descobre que eles vivem numa comunidade terapêutica, onde um jovem médico usa uma maneira criativa e diferente de tratar problemas psicológicos.

Versão em italiano, com legendas em português
  
Debatedores:
 Ademir Pacelli Ferreira (diretor do Instituto de Psicologia da UERJ)
Patricia Reinheimer (professora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFRRJ)


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Dia 28/06, às 13:30:

Os rapazes maus: crônicas da violência habitual (Les mauvais garçons: Chroniques de la violence ordinaire)

 Diretores: David Carr-Brown, Pierre Bourgeois, Patricia Bodet
 Documentário (França, 2004)
 
Como nasce a violência? Como ela se propaga? Quem é violento, como e porque? Quem são os culpados e as vítimas? Para uma possível exploração dessas perguntas, os diretores examinaram uma cidade média, Creil, próxima a Paris. O conjunto La Commanderie, criado para moradores franceses de classe média, tornou-se ao longo do tempo um bairro étnico, habitado principalmente por imigrantes e marcado pela atuação violenta de gangues. O filme aborda, do ponto de vista da política de habitação e da imigração, quarenta anos de história da sociedade francesa.

Versão em francês, com legendas em espanhol
 
Debatedoras:
 Luciana Correa do Lago (professora do IPPUR-UFRJ)
 Maria Julieta Nunes (professora do IPPUR-UFRJ)


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 Dia 29/06, às 13:30:

Pão e Chocolate (Pane e cioccolata)
 Diretor: Franco Brusati
 Ficção (Itália, 1974)

Nino é imigrante na Suíça e trabalha como garçom. Ao perder seu visto de imigrante temporário, decide permanecer no país como indocumentado, enfrentando diversos problemas, entre eles o preconceito dos suíços. O filme retrata um momento na qual os italianos constituíam parte significativa da mão-de-obra dos europeus do sul que migravam para os países ao norte, permitindo uma reflexão sobre o momento atual, no qual a Itália tornou-se um país de imigração e também expõe sua rejeição aos estrangeiros.

Versão em italiano e alemão, com legendas em português

Debatedoras:
Miriam de Oliveira Santos (professora do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ)
Syrléa Marques Pereira (coordenadora adjunta do Laboratório de Estudos de Imigração e Estrangeiros da UERJ; pós-doutoranda em História como bolsista FAPERJ)

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Dia 30/06, às 13:30:

Atravessando o Arizona (Crossing Arizona)

Diretores: Dan DeVivo, Joseph Mathew
 Documentário (EUA, 2006)

 “Crossing Arizona” expõe a tensa situação das relações entre migrantes, estado e organizações da sociedade civil na fronteira EUA-México. O aumento nos controles de fronteira na Califórnia e Texas empurrou migrantes indocumentados para tentar a difícil travessia através do deserto do Arizona. A maioria são mexicanos em busca de trabalho, mas cada vez mais tentam também mulheres e crianças em busca de reunificação com os familiares que já se encontram nos EUA. O filme examina a crise através dos olhos daqueles mais afetados, desde os migrantes até aqueles que zelam para que cercas continuem impedindo a travessia, bem como para os que apóiam e defendem a migração.

Versão em inglês e espanhol, com legendas em inglês nas partes em espanhol
 
Debatedores:
 Helion Póvoa Neto (professor do IPPUR-UFRJ)
 Thaddeus Gregory Blanchette (professor do Campus Macaé da UFRJ)
  
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Dia 01/07, às 13:30:

Migrantes

Diretor: José Roberto Novaes
Documentário (Brasil, 2007)

 A vida dos trabalhadores do Nordeste nos canaviais paulistas é o tema central de “Migrantes”. Resultado de parceria entre as Universidades Federais do Rio de Janeiro, São Carlos, Maranhão e Piauí, o documentário retrata, por meio de depoimentos e imagens marcantes, os obstáculos que os trabalhadores que migram para trabalhar no corte de cana enfrentam. A ruptura com a família, condições precárias de vida, excesso de trabalho e falta de assistência à saúde são alguns dos problemas abordados.

Versão em português, sem legendas
  
Debatedor:
José Roberto Novaes (Professor do Instituto de Economia Industrial da UFRJ)

23 de jun. de 2011

Coleção História Geral da África - Catraca Livre

(para baixar os volumes, clique no link acima)

Unesco disponibiliza download dos oito volumes da Coleção História Geral da África

     Um desafio foi lançado na década de 60, mais precisamente em 1964, quando a Unesco decidiu fazer um estudo sobre a história da África. Contudo, esse estudo seria diferente de todos os outros que hoje podem ser facilmente encontrados em livros didáticos, aqueles que só falam sobre a escravidão. Este desafio era penetrar nas entranhas da África e descobrir a história, a cultura, os valores e conhecer seus povos.

Volume I - Metodologia e pré-história da África

     O primeiro passo foi desligar-se do olhar estrangeiro, dos estudos etnológicos e antropológicos europeus e abolir dos esteriótipos. A melhor forma para narrar a história da África era, sem dúvidas, contá-la pelos próprios africanos. Formou-se, então, uma equipe de 350 cientistas coordenados por um comitê formado por 39 especialistas. Desses, dois terços eram africanos.
      Ao final da produção dessa pesquisa, o resultado foi a Coleção História Geral da África, que conta com oito sólidos volumes. Ao longo das décadas de 80 e 90, esse material foi sendo editado em inglês, árabe e francês. E, em dezembro de 2010, foi lançada a versão em português da Coleção, no Brasil.
      No cenário da educação no país, o conjunto de obras abrange vários aspectos como, por exemplo, o atendimento a lei 10.639/2000 (que estabelece a obrigatoriedade de estudos étnicos-raciais), o lançamento para o Ano Internacional do Povos Afrodescendentes e, ainda, a reconstrução da identidade dos brasileiros que não conhecem a cultura dos povos que contribuíram para a formação do seu país.
      Esse material, além de ser utilizado nas instituições de ensinos por educadores e estudantes, está disponível, em português, no site da Unesco. O download é gratuito e os interessados podem baixar os oitos volumes, na íntegra.
      Os oito volumes são divididos entre: Volume I: Metodologia e Pré-História da África; Volume II: África Antiga; Volume III: África do século VII ao XI; Volume IV: África do século XII ao XVI; Volume V: África do século XVI ao XVIII; Volume VI: África do século XIX à década de 1880; Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935; Volume VIII: África desde 1935.

18 de jun. de 2011

Outros olhares sobre consumo e natureza: "A história das coisas" de Annie Leonard

Assista e divulgue este vídeo. Excelente para debates, para sala de aulas, para postar nos blogs, facebook, etc. Está completo e legendado em português. No YouTube há versões também em espanhol, e algumas divididas em 3 partes.





Clique aqui para ler uma entrevista com a ambientalista Annie Leonard.

Para saber mais sobre o projeto, clique na imagem

Na página do projeto é possível baixar outros filmes:
  • A história dos eletrônicos
  • A históra d´água engarrafada
  • A história dos cosméticos


23 de mai. de 2011

Sobre intolerânicias: filme Incendios de Denis Villeneuve


Gostei muito!


Titulo original: Incendies
Lançamento: 2010 (Canadá, França)
Direção: Denis Villeneuve
Atores: Lubna Azabal, Mélissa Désormeaux-Poulin, Maxim Gaudette, Rémy Girard.
Duração: 130 min
Gênero: Drama


SINOPSE: Canadá. Jeanne (Mélissa Désormeaux-Poulin) e Simon (Marwan Maxim) são irmãos gêmeos e acabaram de perder a mãe, Nawal Marwan (Lubna Azabal). Eles vão ao escritório do notário Jean Lebel (Rémy Girard) para saber do testamento deixado por ela. No documento, Nawal pede que seja enterrada sem caixão, nua e de costas, sem que haja qualquer lápide em seu túmulo. Ela deixa também dois envelopes, um a ser entregue ao pai dos gêmeos e outro para o irmão deles.
Apenas após a entrega de ambos é que Jeanne e Simon receberão um envelope endereçado a eles e será possível colocar uma lápide. Só que Jeanne e Simon nada sabem sobre a existência de um irmão e acreditavam que seu pai estava morto. É o início de uma jornada em busca do passado da mãe, que os leva até a Palestina.

1 de mai. de 2011

Xingu: os inúmeros caminhos de um rio, por Cecilia Mello

       Para que serve um rio? Para pescar, para banhar, para navegar, para amamentar. Sim, as mulheres indígenas e ribeirinhas costumam levar seus bebês para banhar-se no rio e os alimentam ali mesmo, dentro d’água, onde as crianças flutuam tranquilas abraçadas ao seio materno. Um rio tem muitos “aproveitamentos”, muito mais do que geralmente se imagina. É o que ensinam as crianças e populações indígenas que vivem à beira do rio Xingu.
 

      Visitei em novembro de 2009 (1) a comunidade ribeirinha Vila da Ressaca e a Terra Indígena Arara, ambas na Volta Grande do Xingu, região que seria a mais atingida no caso da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Se construída, a barragem desviaria o curso do rio Xingu, diminuindo drasticamente sua vazão, o que inviabilizaria as inúmeras relações que os povos que aí vivem mantêm com o rio. Hoje, os usos e sentidos que o Xingu possui para os grupos sociais que dele e com ele vivem são plenamente compatíveis entre si. Uma vez construída a barragem, o único uso possível do rio seria como força motriz para geração de energia — para quem? 

Clique aqui para ler matéria completa
Fonte: Prosa on line (23/04/11) - O Globo

18 de abr. de 2011

TV Brasil exibe documentários premiados no Etnodoc 2009

     Os 16 documentários premiados na segunda edição do "Edital de apoio à produção de documentários etnográficos sobre o patrimônio cultural imaterial brasileiro" (Etnodoc 2009) serão exibidos na grade de programação da TV Brasil às quintas-feiras, a partir do dia 21, à meia-noite.


Entre os documentários, o filme Hoje tem alegriade autoria e direção de Fábio Meira, ganhou o prêmio de melhor curta-metragem no Festival Internacional "É tudo verdade". O documentário acompanha o cotidiano de três circos no norte e nordeste do Brasil, tomando como eixo três personagens míticos da tradição circense brasileira: os pernambucanos Índia Morena e o mágico Alakasan, e o amapaense Ruy Raiol.

O  Etnodoc  foi criado em 2007 a partir de um grupo de trabalho composto por especialistas do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) e do Departamento de Patrimônio Imaterial, unidades do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura. A gestão do Etnodoc, patrocinado pela Petrobras num total de R$ 1.200.000,00, é da  Associação Cultural de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro, vinculada ao CNFCP.

Os documentários destinam-se à exibição em redes públicas de TV, festivais e mostras, no sentido de somar esforços e ampliar as ações voltadas para a valorização e promoção dessa dimensão do patrimônio cultural, e também estimular iniciativas voltadas para a melhoria das condições de transmissão, produção e reprodução dos bens culturais que compõem esse universo. A veiculação conta com a parceria da TV Brasil, por meio de termo de cooperação firmado com o apoio da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura.

Ordem de exibição na TV Brasil
Baile do Carmo - 21/04/2011 (Autoria – Daniel Eiji Hanai / Direção - Shaynna Pidori) Hoje tem alegria -  28/04/2011 (Autoria e direção – Fábio Meira)A boca do mundo - 05/05/2011 (Autoria e direção – Eliane Coster) Quindim de Pessach - 12/05/2011 (Autoria – Viviane Lessa Peres / Direção - Olindo Etevam)Dona Joventina - 19/05/2011 (Autoria - Clarice Kubrusly / Direção - Clarisse Kubrusly e Milena Sá)João da Mata falado - 26/05/2011 (Autoria – Ana Stela Cunha / Direção – Vicente Simão Júnior e Ana Stela Cunha)Palavras sem fronteira – tradições orais nos limites do Brasil  - 02/06/2011 (Autoria e direção – Luciana Hartmann)Soldados da borracha - 09/06/2011 (Autoria e direção – Cesar Garcia Lima)No rastro - 16/06/2011 (Autoria e direção – Marcus Antonio Moura Tavares)Vento Leste - 23/06/2011 (Autoria e direção – Joel de Almeida)Kusiwarã Jarãkõ – as marcas e criaturas de Cobra Grande - 30/06/2011 (Autoria – Dominique Tilkin Gallois / Direção -  Gianni Maria Puzzo)Lá do Leste - 07/07/2011 (Autoria – Carolina Caffé / Direção - Carolina Caffé e Rose Satiko Gitirana Hikiji)Curandeiros do Jarê - 14/07/2011 (Autoria – Camilla Dutervil / Direção - Marcelo Abreu Góis)As escravas da Mãe de Deus - 21/07/2011 (Autoria – Decleoma Lobato Pereira / Direção – Áurea Pinheiro e Cássia Moura)Eu tenho a palavra - 28/07/2011 (Autoria e direção - Lilian Solá Santiago)Mbaraká – a palavra que age - 04/08/2011 (Autoria – Spensy Kmitta Pimentel / Direção – Edgar Teodoro da Cunha)


Acompanhe as sinopses dos filmes pelo site www.etnodoc.org.br ou pelo documento em anexo.

18 de mar. de 2011

Argumentos contra as usinas nucleares

Argumentos contra as usinas nucleares
 
Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco
 
Os atuais padrões de produção e consumo de energia estão apoiados nas fontes fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral), o que gera emissões de poluentes locais, gases de efeito estufa e põem em risco o suprimento a longo prazo do planeta, por serem finitas. É preciso mudar esses padrões, incentivar a economia de energia e estimular o uso das energias renováveis (solar, eólica e biomassa). Nesse sentido, o Brasil apresenta uma condição bastante favorável em relação ao resto do mundo.
 
Não existe uma fonte de energia que só tenha vantagens. Não há energia sem controvérsia, mas a nuclear, pelo poder destruidor que tem qualquer vazamento de radiação, não deve ser utilizada para produzir eletricidade, ao menos em nosso país, onde existem tantas outras opções.
  
Fica evidenciado que, desde 2005, a indústria nuclear intensificou seu agressivo lobby em diversos países da região, com forte influência nos setores legislativos e da política energética, tentando impor a implantação de usinas, sob o falso argumento de que a energia nuclear é uma fonte “limpa”, segura e contribui para combater o aquecimento global.
 
Com a retomada discutível e equivocada do Programa Nuclear Brasileiro, reiniciando as obras de construção de Angra 3, e os planos do Ministério de Minas e Energia de instalar no Nordeste usinas nucleares – a região do Brasil com maior potencial eólico e solar -, nada mais atual que discutir as razões contrárias a instalação de usinas nucleares no território nacional.
 
A opção nuclear para geração de energia elétrica no Brasil e no Nordeste, em particular, não permite resolver os atuais problemas energéticos, e contribuirá para com outros problemas sem solução à vista.
 
A seguir são apresentadas, sucintamente, as razões para rejeitar as usinas nucleares, vistas sob os seguintes aspectos:
- segurança energética,
- econômico,
- ambiental,
- social,
- riscos,
- proliferação e militarização nuclear,
- sustentabilidade energética,
- democracia.
 
Segurança energética
 
A segurança energética é um fator prioritário para o país e aumentará com a diversificação da matriz energética. Do ponto de vista da produção de energia, segundo a Empresa de Planejamento Energético-EPE, o país tem folga no abastecimento, podendo suprir as necessidades de energia elétrica, com as atuais taxas previstas de crescimento, por mais 5 anos. Portanto é puro oportunismo, criar uma relação direta entre os atuais apagões, que tem ocorrido freqüentemente no país todo, com a necessidade da instalação de usinas nucleares para evitá-los. Como que se os atuais apagões fossem decorrentes do desabastecimento, e novamente repetiríamos 2001/2002. Os defensores desta tecnologia associam enganosamente a instalação das novas usinas nucleares como solução aos apagões, que são ocorrências recorrentes do próprio modelo mercantilista empregado no país.
 
O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo novas usinas.
 
Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma pretensa demanda. O que essa previsão esconde é o fato de praticamente 30% da energia elétrica ofertada pelo país é consumida por seis setores industriais: cimento, siderurgia, produção de alumínio, química, o ramo da metalurgia que trabalha com ferro e papel/celulose – 30% somente para seis setores. São exatamente eles que puxam o consumo da energia elétrica para cima, os chamados setores eletro-intensivos. Precisamos urgentemente discutir: energia para que? E para quem?  
Temos de fugir dessa idéia míope de discutir qual a melhor fonte. A melhor fonte de energia é aquela que não é consumida. Não consumir energia significa ter uma política de aumento da eficiência energética, situação da qual estamos muito longe ainda. Os resultados oficiais apresentados nesta área são pífios.
 
No Brasil, o consumo de energia per capita ainda é pequeno e é indispensável que o consumo de energia cresça para promover o desenvolvimento sustentável. No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento sustentável, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes (aquecimento solar da água, eletricidade solar, geradores eólicos, geração distribuída,... ). Contrapondo assim ao pensamento de que, para haver desenvolvimento, é preciso que ocorram impactos ambientais, devido a geração, transporte e uso da energia.
 
A conservação de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade de investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais. A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de ao mesmo tempo reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais, suportando assim, conjuntamente com as fontes solar, eólica e biomassa; a segurança energética do país.
 Aspectos econômicos
 
Do ponto de vista econômico, o custo de uma central nuclear é enorme, da ordem de R$ 10 bilhões. Geralmente este valor está aquém dos valores finais da obra. Nas planilhas de custos é subestimado (até não levado em conta) os custos de armazenamento dos resíduos, da desmontagem da central após sua vida útil e limpeza de locais contaminados, o reforço da linha elétrica para distribuição, e os serviços de fiscalização e segurança, entre outros. O chamado descomissionamento, representa o custo de desmontagem definitiva e descontaminação das instalações das usinas nucleares após o encerramento das suas operações. É preciso que se tenham garantias absolutas de que esse trabalho será levado a cabo com seriedade, e que as instalações e resíduos das usinas não serão simplesmente abandonados contaminados após o seu fechamento.
 
Como exemplo do que estamos falando, centrais nucleares que estão sendo planejadas atualmente na Finlândia, já estão custando o dobro do estimado antes do começo da obra. Já nos Estados Unidos, as usinas implantadas entre 1966 e 1986 tiveram, em média, custos 200% acima do previsto.
 
A história do nuclear mostra que esta sempre foi e continua a ser, mesmo com a nova geração de reatores, uma indústria altamente dependente de subsídios públicos. Isto significa que quem vai pagar a conta da imensa irresponsabilidade de se implantar estas usinas em nosso país, será a população de maneira geral, e em particular os consumidores, que pagarão tarifas cada vez mais caras.
 
Desde 2005, um dos mais conceituados centros tecnológicos do mundo, o Massachusetts Institute of Technology, tem assegurado que a energia nuclear não é competitiva sem subsídios. À mesma conclusão chegaram estudos publicados pelos jornais The New York Times e The Financial Times. Outro estudo ainda, publicado pela National Geographic Brasil (agosto 2005) aponta na mesma direção. E mais recentemente a revista britânica New Scientist listou argumentos que desfavorecem a energia nuclear: não sobrevive sem subsídios, os custos para pesquisa e desenvolvimento são altíssimos e também são insuportáveis os custos da disposição do lixo nuclear e do descomissionamento dos reatores, assim como a segurança nas usinas.
 
Para os brasileiros o maior impacto da instalação de usinas nucleares será nas tarifas. De 2001 a 2010, o aumento acumulado das tarifas de energia chegou a 186%, enquanto no mesmo período o IPCA (índice oficial de inflação do governo) acumulou 86%, segundo a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia Elétrica (Abrace). E projeta que até 2014, o preço da energia subirá mais de 30%. Pagamos uma das mais altas tarifas do mundo, e com tendência de aumento. Sem nenhuma dúvida pode-se afirmar que o uso da eletricidade nuclear irá contribuir ainda mais para a elevação das tarifas de energia elétrica no Brasil.
 
Para aqueles que afirmam que o Brasil deve manter-se aberto para todas as possibilidades de aproveitamento na geração e oferta de energia elétrica, a médio e longo prazo, o desvio de recursos públicos para a opção nuclear será um verdadeiro obstáculo ao estabelecimento de políticas de incentivo e promoção de energias renováveis no país. O incentivo garantido às usinas nucleares deveria ser direcionado a outras fontes de geração de energia, muito mais seguras e limpas, como a eólica, solar e a biomassa. 
 
O governo brasileiro mostra mais uma vez que está disposto a bancar a construção de grandes empreendimentos contraditórios e de resultados duvidosos, contrariando interesses divergentes que não tem sido considerado e nem incorporado no processo de negociação e decisão.
 
No caso de Angra III a estimativa de custos da obra, que era de R$ 7,2 bilhões em 2008, pulou para R$ 10,4 bilhões até o final de 2010, de acordo com a Eletronuclear. Isso sem contar os R$ 1,5 bilhão já empregado na construção e os US$ 20 milhões gastos anualmente para a manutenção dos equipamentos adquiridos há mais de 20 anos. Desde 2008, o custo de instalação por kW de Angra 3 subiu 44%, de R$ 5.330/kW para R$ 7.700/kW. Os gastos em usinas nucleares são um sumidouro de recursos públicos, e quem pagará por esta insanidade será o povo brasileiro.
 
Questão ambiental
 
Do ponto de vista ambiental é uma meia verdade, afirmações que as centrais nucleares não contribuem para os gases de efeito estufa, e que são “limpas”.
 
Em operação rotineira, as centrais nucleares pouco agridem o meio ambiente, porém expõem a sociedade ao risco de acidentes que liberam na biosfera produtos de fissão nuclear de alta radioatividade, que podem trazer conseqüências catastróficas a vida. Embora pequeno, tal risco existe, e não pode ser negligenciado. Ademais, essas usinas não resolveram o problema do que fazer com os rejeitos de alta radioatividade, cuja deposição final demanda pesados investimentos. Estima-se que estes rejeitos tenham que ficar isolados durante milhares de anos.
 
Na geração da eletricidade nuclear a produção de CO2 é muito pequena, mas se levarmos em conta o conjunto de etapas do processo industrial (chamado ciclo do combustível nuclear), que transforma o mineral urânio, desde quando ele é encontrado nas minas em estado natural até sua utilização como combustível dentro de uma usina nuclear é produzido quantidades consideráveis de gases de efeito estufa. Portanto, além das elevadas emissões de carbono, geram resíduos tóxicos altamente radioativos e contribui com agressões ambientais. Além de uma central nuclear consumir elevados volumes de água para sua refrigeração, tendo sua instalação obrigatoriamente ser próxima a grandes recursos hídricos (rios, mares, ....).
 
Portanto, se levarmos em conta todo o ciclo para preparar o combustível nuclear que será “queimado” nas centrais, pode-se afirmar que esta fonte energética é uma importante fonte de emissões, que são produzidas na prospecção do mineral, na extração e no transporte de urânio, no transporte dos resíduos para processamento ou armazenagem e no futuro descomissionamento.
 
Vários estudos científicos têm monstrado que o ciclo do urânio é um grande consumidor de energia e um forte emissor de CO2. O estudo americano “Nuclear Power: The Energy Balance” (2005), que compara as emissões de CO2 analisando o ciclo de vida de uma central nuclear e de uma central a gás natural (com uma potência equivalente) chega à conclusão que, no longo termo, com o decréscimo da qualidade das reservas de urânio, a eletricidade nuclear provoca muito mais emissões que o gás natural consumido na termoelétrica.
 
O cálculo que faz a Oxford Research Group chega a 113 gramas de CO2 por kWh gerado. Isso é aproximadamente o que produz uma central a gás. Portanto, existe um mito, um afã de descartar, cortar e mostrar de maneira parcial a realidade desta fonte de energia.
 
Já de acordo com a metodologia de Storm e Smith para o cálculo de emissões, o ciclo de geração por fontes nucleares emite de 150 a 400 g CO2/kWh, enquanto o ciclo para geradores eólicos emite de 10 a 50 g CO2/kWh.
 
Segundo dados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) considerando a mineração do urânio, o transporte, o enriquecimento, a posterior desmontagem da usina e o processamento e confinamento dos rejeitos radioativos, esta opção produz entre 30 e 60 gramas de CO2 por kWh gerado.
 
Verifica-se então grande contradição nos números relacionados as emissões, e que existe uma polêmica e dúvidas sobre a capacidade de emissão de gases de efeito estufa, ao utilizar o urânio para gerar eletricidade.  Creio que neste caso o aconselhável seja uma ação preventiva, de não utilização desta fonte de energia.
 
No caso brasileiro, embora a extração do urânio utilizado pelas usinas ocorra em território nacional, antes ele vai para o Canadá, onde é transformado em gás e, em seguida, para a Europa, onde é enriquecido. Reparem que só nestes deslocamentos, não só existe a emissão de gases proveniente do transporte e do consumo de energia, mas também um grande risco da exposição dos materiais radioativos, ao realizarem viagens intercontinentais.
 
Aspectos sociais
 
É comum os defensores da tecnologia nuclear mencionarem com destaque, o impacto revolucionário de um empreendimento de R$ 10 bilhões, pode representar na economia local. Do ponto de vista da empregabilidade e dos ganhos financeiros para o município-estado que abrigar a usina nuclear, há uma falsa retórica de que os investimentos automaticamente favorecerão os moradores do entorno das instalações.
 
È bom lembrar aos desavisados que os vendedores da usina são responsáveis pelo fornecimento da ilha nuclear, chamada de Nuclear Steam Supply System (NSSS), e pelo layout da planta, o que representa aproximadamente 20% do custo total do capital. Os custos restantes são despendidos na contratação de empresas de engenharia e arquitetura e em fornecedores de sistemas e componentes.
 
A ausência de companhias com capacidade de projeto, fabricação e prestação de serviços de engenharia na região, ou mesmo no país, acaba exigindo a contratação de empresas do exterior e a realização de importações. Em geral, isso resulta em negociações que consomem tempo, extensões de prazos de entrega, dificuldades com a qualidade, transporte de equipamentos e outros problemas similares. Isso explica porque alguns vendedores de usinas têm procurado expandir suas responsabilidades para 50% ou 60% do orçamento total da obra, a fim de ter maior controle sobre a execução da usina.
 
Portanto não acreditem nestes benefícios mágicos trazidos “pelo progresso” representado por uma usina nuclear. Como exemplo, a época das obras da usina nuclear de Angra 1 chegou a 11 mil homens trabalhando no período de maior movimentação da obra. Eles trouxeram também suas famílias e isso gerou um contingente humano imenso que a cidade teve que abrigar. Muita gente veio de outros estados. E se instalou o caos urbano sem que a cidade de Angra dos Reis pudesse atender os que chegavam com os serviços básicos. A migração desordenada em grandes obras no país é uma realidade incontestável.
 
Por outro lado, acreditar que a mão-de-obra utilizada na construção e gerenciamento de uma usina nuclear no Brasil/Nordeste seja mão-de-obra da região, é de que os royalties provenientes da usina serão maciçamente aplicados em ações sociais e ambientais, é a mesma coisa que acreditar em Papai Noel, Saci-Pererê, Mula sem Cabeça e tantas outras figuras do imaginário popular.
 
Em comparação com a tecnologia eólica ou solar, a energia nuclear cria poucos empregos. Energias renováveis precisam de trabalhadores locais para a construção local e para a manutenção. Os empregos são criados localmente e ficam no local, por isso as comunidades ganham. 
 
Angra 3 (RJ - Brasil)

Riscos
 
Atualmente são feitas afirmativas peremptórias de que as usinas nucleares apresentam alto grau de excelência tecnológica, como principal fator de garantia da segurança e o aumento da confiabilidade. Há uma tentativa de tranqüilizar as pessoas, afirmando que a evolução tecnológica dos últimos 30 anos levou as usinas nucleares a se modernizarem e serem praticamente imunes em relação a acidentes. São citadas nos discursos “de perigo zero” as novas usinas que estão em estudos, às chamadas de 4ª geração que utiliza o conceito de “falha para a segurança”.
 
Nestas usinas, afirmam que quando ocorrem falhas de operação, estas são corrigidas, levando a uma condição mais segura do que a anterior, ou seja, a correção das falhas se dá automaticamente, sem requerer necessariamente a intervenção dos operadores. Como se isto bastasse e fosse suficiente para impedir acidentes. É só verificar e comparar, que mesmo com os enormes avanços tecnológicos da indústria aeronáutica, acidentes ocorrem, como foi o caso do Airbus 330-200 da Air France/AF 477, pérola da indústria aeronáutica no que diz respeito à automatização e segurança.
E mais recentemente terremoto seguido de tsunami que atingiu usinas nucleares no Japão, as mais seguras do mundo. Houve vazamento de radiação (12/03/2011) de um reator do complexo nuclear de Fukushima Daiichi localizado ao norte de Tóquio (250 km), após uma explosão ter arrebentado o telhado da instalação depois do grande terremoto (11/03/2011), com vazamento de radiação. Os efeitos imediatos deste acidente nuclear, anunciados oficialmente  foram de 160 pessoas contaminadas pela radiação, e 170.000 retiradas do entorno do reator, com uma área de exclusão que foi aumentando de 3 km, passando a 10 km e atualmente de 20 km de raio em torno do reator acidentado.
 
Sem dúvida a segurança das usinas nucleares teve avanços importantes, mas, seu relativo controle é suscetível a fatores humanos e da natureza. Não podemos apagar dos arquivos da memória, acidentes nucleares ocorridos nos últimos anos. Em Three Mile Island, na Pensilvânia - Estados Unidos em 1979, e em Chernobyl, na Ucrânia, 1986. Nos dois casos, os acidentes foram causados por falhas que provocaram um superaquecimento no reator, e vazamento de material radioativo para a atmosfera. 
Sempre há um risco de contaminação com radiação, independente se a usina nuclear funciona perfeitamente com um bom sistema de segurança. Emissão de isótopos radiativos de césio e estrôncio sempre acontece. Isso é uma contaminação “normal”, conhecida na linguagem internacional como contaminação “standard” das usinas nucleares. Acidentes com vazamento de radioatividade já aconteceram em várias usinas nucleares no mundo. A população sofre mais tarde de doenças graves como leucemia, aumentando o nível de mortandade. Além da contaminação do lençol freático e das terras se tornarem impróprias ao plantio e criação de animais.
 
E mais: parte do lixo nuclear produzido na usina precisa ser depositado de forma totalmente isolada do meio ambiente em um período de tempo que pode chegar a mais de 240 mil anos. E até agora a tecnologia para garantir isso de forma perfeita ainda não existe.
 
A radioatividade dos resíduos do urânio processado nas centrais é muito elevada, com graves riscos para a saúde pública durante dezenas a centenas de milhares de anos. Ainda não foi encontrada uma solução satisfatória para o tratamento dos resíduos, hoje armazenados em locais temporários. Este é um pesado legado para as gerações futuras.

Mas, infelizmente, mesmo o controle rigoroso na operação da usina e em todo processo produtivo do elemento combustíve,l não nos livra de outros tipos de risco como roubo de rejeitos radioativos, ataques terrorista, terremotos, falhas humanas e mecânicas. E as conseqüências de um acidente nuclear são desastrosas, afetando a presente e futura geração.

A nova geração de reatores nucleares em construção na Finlândia (Olkiluoto 3) e na França (Flamanville 3), apresentados como a vanguarda do renascimento do nuclear, têm registrado uma série de atrasos, derrapagens orçamentais e problemas técnicos de segurança. Na Finlândia, o prazo de conclusão da central foi adiado por dois anos e os custos de construção quase que duplicaram para um valor de R$ 11,5 bilhões, com várias falhas na construção a implicar potenciais riscos de segurança. Na França, os problemas são semelhantes, tendo já sido mandada parar a construção pela Agência de Segurança Nuclear francesa por vários problemas técnicos de segurança registrados.
 
Até agora não se tem notícias de que algum acidente em usinas de geração de energia tenha tido proporções semelhantes a Chernobyl e o desastre de Fukushima Daiichi. Ainda que Itaipu fosse destruída, e a maior parte da Argentina fosse por água abaixo, não ficariam seqüelas em gerações sucessivas a exemplo do que ocorreu na Ucrânia e no Japão.
 
Outro fator de extrema preocupação, descrito no Relatório da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados publicado em 2006, é que o Estado brasileiro está longe de ter a estrutura necessária para garantir a segurança das atividades e instalações nucleares. Nesse documento são apontadas graves falhas na fiscalização e monitoramento do setor nuclear, destacando, entre outros problemas, a duplicidade de funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN atua, ao mesmo tempo, como Requerente, Operadora, Prestadora de Serviços, Licenciadora e Fiscalizadora de si própria.
 
Vale lembrar que, em setembro de 2011, completara 21 anos da contaminação com Césio 137 em Goiânia, que vitimou milhares de pessoas e ficou conhecido como o maior acidente radiológico do mundo.
 
Proliferação e militarização nuclear
 
No Brasil, historicamente, a relação entre o uso da energia nuclear para fins energéticos e para fins militares é muito estreita. O Programa Nuclear Brasileiro surgiu durante a ditadura militar e até hoje atende demandas de alguns setores das forças armadas, fascinados pelo poder que a energia nuclear lhes traz. Outros grupos de interesse fazem “lobby”, como setores industriais “preocupados” com o risco de um apagão, grupos de cientistas pelo prestígio e oportunidades de novas pesquisas e pelo comando do processo, os fornecedores de equipamentos e as empreiteiras, por motivos óbvios.
 
A exportação e a proliferação contínua de tecnologia nuclear aumentam significativamente o risco de proliferação de armas nucleares, existindo o risco de novos Estados se tornarem novas potências nucleares.
 
Mesmo neste cenário de degradação ambiental e social, a ameaça de nuclearização da América Latina é real, com o Brasil dividindo com a Argentina a liderança nessa corrida. Ambos têm jazidas de urânio significativas, processo de enriquecimento em curso, usinas e minireatores. O Brasil já tem acordo de cooperação com a Venezuela, que firmou acordo com a Rússia para cooperação na produção de equipamentos. Outros países da América do Sul estão discutindo a fonte nuclear como alternativa para suas demandas de energia, como a Bolívia, Equador e Uruguai. O Peru e o Chile que planejam construir usinas nucleares.
 
A ressurreição do Programa Nuclear Brasileiro é mais um dos indícios da estratégia governamental de tornar o Brasil uma potência atômica. O dinheiro empregado no programa, para a construção e funcionamento de novas usinas núcleoelétricas, permitirá a lubrificação de todas as suas engrenagens. A cada usina que construímos aumentaremos o volume de urânio que produzimos, aumentando assim o saldo com que se espera entrar definitivamente como sócios no Clube Atômico, e para tal é necessário ter a bomba atômica.
 
Devemos evitar para nosso país problemas de geopolítica que são gerados pelo o ciclo de combustível nuclear, a tal ponto que depois das tensões com a Coréia do Norte, atualmente o Irã está em sério perigo de ter seu território invadido militarmente por estar enriquecendo urânio para geração nuclear.
 
Abrir mão da energia nuclear significa um importante passo para evitar o perigo de uma nova onda de proliferação nuclear, dada a natureza dual da energia nuclear, que se presta tanto para aplicações pacíficas como militares, sem falar dos problemas físicos de segurança nuclear. Não devemos nos esquecer do que afirmou o físico Robert Oppenheimer, responsável pela construção da primeira bomba atômica, quando visitou o Brasil, em 1953: "Quem disser que existe uma energia atômica para a paz e outra para a guerra, está mentindo". 
Sustentabilidade energética
 
A atual política energética e ambiental adotada, lamentavelmente tem levado o Brasil a caminhar na contramão do que vem sendo implementado em várias partes do mundo, que tem optado pelo uso de fontes renováveis de energia, não só na geração de energia elétrica, mas também no aquecimento de água solar que evita o consumo de eletricidade nos chuveiros. A noção de sustentabilidade energética descarta a eletricidade de origem nuclear como uma solução sustentável.
 
Na atual política de expansão da oferta de energia para o país, fica evidente o tratamento especial dado para a construção de mega-hidrelétricas na região Amazônica, de termoelétricas a carvão mineral e óleo combustível e a instalação de usinas nucleares.
 
Esse gigantismo para megaobras, típico de mentes tecnocráticas e autoritárias, beira a insensatez, pois, dada a atual crise ambiental global, são recomendadas obras menores, que valorizam matrizes energéticas com fontes de energia renováveis, que menos agridem o meio ambiente, e com produção descentralizada.
 
Se há um país no mundo que goza das melhores oportunidades ecológicas e geopolíticas para ajudar a formular um outro mundo necessário para toda a Humanidade, este país é o nosso. Ele é a potência das águas, possui a maior biodiversidade do planeta, as maiores florestas tropicais, a possibilidade de uma matriz energética menos agressiva ao meio ambiente – à base da água, do vento, do Sol, das marés, das ondas do mar e da biomassa.
 
Entretanto, ainda não acordamos para isso. E tudo isso nós temos em abundância. Nos fóruns mundiais vive em permanente estado de letargia política, inconsciente, “deitado eternamente em berço esplêndido”. Não despertando para as suas possibilidades e para a sua responsabilidade em face da preservação da Terra e da vida.
 
Em nosso país existem várias alternativas para aumentar a oferta de energia sem a construção de novas centrais, uma delas é incentivando a eficiência energética. Também são evidentes a abundancia dos recursos renováveis: solar, eólico e da biomassa para a diversificação e complementação da matriz energética. Simplesmente as vantagens comparativas destes energéticos renováveis não são levadas em conta.
 
Opções energéticas e a eficientização de processos e equipamentos são apresentadas pelos estudiosos da UNICAMP, USP, CHESF, UFPE, que levam em conta as possibilidades de redução da energia na demanda tanto do lado da oferta, como do lado do consumo. Além de apresentarem como fontes renováveis: a energia solar para aquecimento da água e para produção de eletricidade, energia eólica, usinas térmicas a bagaço de cana (bioeletricidade) e restos de produtos agrícolas, e energia das ondas do mar.
 Democracia
 
A indústria nuclear é por sua natureza secreta e sem transparência. Em alguns países, foi criada uma polícia especializada para cuidar dos materiais radioativos contra o roubo pelos “terroristas”. Com este argumento, a indústria nuclear contribui para a diminuição dos direitos democráticos da sociedade, porque cria um “Estado de Segurança”.
 
A segurança das usinas geradoras e demais instalações nucleares (tratamento e enriquecimento de urânio, fabricação de elementos combustíveis, reprocessamento de combustíveis irradiados, depósitos de rejeitos etc.) implica importantes e custosos aparelhos policiais. Assim, países que optem pelas usinas nucleares em seus sistemas elétricos poderão ser forçados a adotar métodos próprios de Estados policiais.
 
É fundamental a necessidade de se discutir mais a questão energética. O debate de idéias e o confronto de interesses são instrumentos decisivos na formulação de uma estratégia energética sustentável e democrática. Daí a necessidade de ampliar os espaços de debate, hoje restritos aos gabinetes dos especialistas.
 
No caso da energia nuclear informações técnicas, econômicas, financeiras, de segurança, relatórios operativos, entre outros documentos são muitas vezes considerados sigilosos e não disponíveis publicamente. Esta fonte de energia acentua o caráter autoritário na condução da política energética no país.
 
  
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Heitor Scalambrini Costa, professor associado da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP), Mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica (CEA)-França.

Outros olhares...

Porque a realidade costuma ser opaca... e, não poucas vezes, nossos olhares escorregam na sua superfície