30 de out. de 2009

Fronteiras e conflitos na Amazônia


"A fronteira, a frente de expansão da sociedade nacional sobre territórios ocupados por povos indígenas, é um cenário altamente conflitivo de humanidades que não forjam no seu encontro o homem e o humano idílicos da tradição filosófica e das aspirações dos humanistas. A fronteira é, sobretudo, no que se refere aos diferentes grupos dos chamados civilizados que se situam “do lado de cá”, um cenário de intolerância, ambição e morte."

     Com essas palavras, José de Souza Martins, introduz seu livro Fronteira: a degradação do outro nos confins do humano. Embora transcorridos já mais de 10 anos desde o lançamento da primeira edição a obra continua atual na medida em que, como o próprio autor escreve: "o ciclo histórico da fronteira ainda não acabou. O presente da sociedade brasileira continua determinado e regulado, em boa parte, pela dinâmica da expansão territorial e seus confrontos sociais e étnicos. A fronteira tem sido, entre nós, um sujeito político." (Nota à 2a edição).

     Os trabalhos apresentados ao longo do livro envolvem parte dos resultados de uma ampla pesquisa realizada nas frentes de expansão do país, sobretudo na Amazônia (Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Goiás e o hoje estado de Tocantins) região com características altamente conflitivas da situação de fronteira.

Ver o Sumário do livro.

28 de out. de 2009

Iguais ou diferentes?

"as pessoas e os grupos sociais tem o direito a ser iguais quando a diferença os inferioriza, e o direito a ser diferentes quando a igualdade os descaracteriza"


Boaventura de Souza Santos - Por uma concepção multicultural de direitos humanos. VER artigo completo



Kandinsky - Composition X (1939)

23 de out. de 2009

Seminário Darwin: Evolução, Ciência e Sociedade

     O Museu Nacional /UFRJ realizará nos dias 24, 25 e 26 de novembro de 2009 o Seminário Darwin: Evolução, Ciência e Sociedade, que tem o objetivo de fomentar a discussão e o debate científico de qualidade, pretende também chamar a atenção de alunos de graduação e pós-graduação, biólogos, além de professores do ensino fundamental e médio para a importância da teoria da evolução e das realizações de Darwin.


   
      Através de palestras e mesas-redondas, será promovida articulação entre ciências naturais e humanas, ressaltando o impacto das idéias de Darwin na época em que foram produzidas, mas também sua perspectiva contemporânea apontando direções para o futuro do desenvolvimento da Ciência e da Sociedade. Assim, não se trata apenas de celebrar Darwin, mas de refletir sobre suas realizações e suas contribuições para a evolução do conhecimento.

     Mais informações ou dúvidas estarão disponíveis : eventos@mn.ufrj.br ou telefone: 2562-6916  / 2562-6906.

14 de out. de 2009

Quem deve controlar os "bens comuns"? - Elinor Ostrom, a primeira mulher a ganhar Nobel de Economia 2009 busca responder essa pergunta

A cientista política norte-americana, Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana, se torna a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel de Economia.

Contrariando a visão dominante de que bens comuns são mal geridos por seus múltiplos donos e deveriam ficar sob o controle do Estado ou serem privatizados, Elinor Ostrom mostrou que patrimônios coletivos, como florestas, pastagens, estoques de peixes e outros recursos naturais, podem ser bem administrados pelos membros das próprias associações que controlam essa propriedade comunitária. Segundo a cientista política, as associações acabam desenvolvendo mecanismos sofisticados de tomada de decisões e criam regras para dar conta dos conflitos de interesse entre os membros das associações.

Nesse sentido, escreve Miguel Caetano no seu Blog Remixtures, a atribuição do Prémio Nobel da Economia a Ostrom é um autêntico “golpe de rins” aplicado a todos os defensores da crença neo-liberal de que não existe outra alternativa à economia de mercado centrada no individualismo puro e no “salve-se quem puder.”

Um Nobel mais feminino, porém... ainda muito masculino: Em 2009, 5 dos 13 pesquisadores que ganharam o Nobel são do mulheres. E isto já foi melhor do que en edições anteriores. Nunca o prêmio fora concedido a tantas mulheres como neste ano. Além de Elinor Ostrom na categoria Economia, a alemã Herta Müller ganhou o prêmio de Literatura, a israelense Ada E. Yonath, do Weizmann Institute of Science (Israel), foi uma das vencedoras da láurea de Química e as norte-americanas Elizabeth H. Blackburn, da Universidade da Califórnia, e Carol W. Greider, da Escola Médica da Universidade Johns Hopkins, dividiram o de Medicina.

Para mais informações sobre o Nobel de Economia 2009, ver Pesquisa Fapesp On-line

10 de out. de 2009

Sobre Desenvolvimento, Produto Interno Bruto e felicidade

Felicidade Interna Bruta’ - Leonardo Boff 

    Butão é um pequeníssimo reinado hereditário nas encostas do Himalaia, espremido entre a China, a Índia e o Tibet. Não tem mais que dois milhões de habitantes, cuja maior cidade é a capital Timfú com cerca de cinqüenta mil moradores. Dentro de poucos anos está ameaçado de quase desaparecer caso os lagos do Himalaia que se estão enchendo pelo degelo transvasarem avassaladoramente. Governado por um rei e por um monge que possui quase a autoridade real, é considerado um dos menores e menos desenvolvidos paises do mundo. Contudo, é uma sociedade extremamente integrada, patriarcal e matriarcal simultaneamente, sendo que o membro mais influente se transforma em chefe de família.

Butão possui algo único no mundo e que todos os paises deveriam imitar: o "índice de felicidade interna bruta". Para o rei e o monge governante o que conta em primeiro lugar não é o Produto Interno Bruto medido por todas as riquezas materiais e serviços que um pais ostenta, mas a Felicidade Interna Bruta, resultado das políticas públicas, da boa governança, da eqüitativa distribuição da renda que resulta dos excedentes da agricultura de subsistência, da criação de animais, da extração vegetal e da venda de energia à Índia, da ausência de corrupção, da garantia geral de uma educação e saúde de qualidade, com estradas transitáveis nos vales férteis e nas altas montanhas, mas especialmente fruto das relações sociais de cooperação e de paz entre todos. Isso não chegou a evitar conflitos com o Nepal, mas não tem desviado o propósito humanístico do reinado. A economia que no mundo globalizado é o bezerro de ouro, comparece como um dos itens no conjunto dos fatores a serem considerados.
(...)

Fonte: Adital - Para ver o texto completo clique aqui

Outros olhares...

Porque a realidade costuma ser opaca... e, não poucas vezes, nossos olhares escorregam na sua superfície