27 de fev. de 2011

Carnaval Latino em Santa Teresa!

       Neste domingo 27 tem Carnaval Latino em Santa Teresa! De graça, dia 27, das 18h as 22h, no Largo dos Guimarães
       Quem comanda a festa é o bloco afro uruguaio de candombe Tocadores da Lua (na foto). 
     O evento conta ainda com a partipação especial de Orieta Castillo, que interpreta congas e rumbas, entre outros ritmos latino-americanos. Depois dos shows, o som fica a cargo do DJ Dedo Verde e do projeto Electromatto. Eles misturam a música andina com batidas eletrônicas. 
      A festa acontece nos jardins da Livraria Largos das Letras, e é mais uma produção da equipe que realizou a mostra de arte Chama o Raul! (mostracubana.blogspot.com).

24 de fev. de 2011

Um mar de foguinhos.... belíssima entrevista com Eduardo Galeano, no Sangue Latino

    Alguns importantes nomes da América Latina foram reunidos no Canal Brasil no programa Sangue Latino. O escritor e jornalista Eric Nepomuceno convidou escritores, músicos, poetas, artistas plásticos e outros grandes pensadores do continente (infelizmente muitos mais homens do que mulheres...) para conversar sobre a situação política, literatura, música, cultura e política dos países da região, entre outros temas. As entrevistas foram gravadas no Uruguai, Argentina, Chile e no Brasil, sempre em clima intimista e sem uma pauta previamente determinada para cada convidado. (Para saber mais sobre o projeto: Eric Nepomuceno conversa em clima intimista com intelectuais da América Latina

     A seguir, a entrevista com Eduardo Galeano. É imperdível, profunda e emocionante. Eduardo Galeano nasceu no Uruguai em 1940 e foi autor do célebre Las venas abiertas de América Latina (1971).

Diretor: Felipe Nepomuceno
Dir. de Fotografia: Breno Cunha
© 2010 Urca Filmes

Para assistir a entrevista numa resolução muito melhor, clique no link:

11 de fev. de 2011

África: coração do Fórum Social Mundial, artigo de Esther Vivas

[EcoDebate] Passados mais de cinquenta anos da descolonização do continente, o Fórum Social Mundial (FSM) quis render homenagem aqueles que ontem lutaram contra o colonialismo reafirmando seu combate contra as políticas neoliberais e neocoloniais, asim como reflexionar sobre os processos migratórios, da África ao mundo, e sua diáspora.

Se no anterior FSM em Belém(Brasil), em 2007, os povos originários e seu compromisso em defesa da Pachamama, a mãe terra, ocuparam um papel central, nesta ocasão a África e sua diáspora tomaram o fórum. Tanto os dias prévios ao FSM como sua primera jornada, segunda-feira 7, estiveram dedicados, especialmente, a estas questões.

A ilha de Gorée, próximo a Dakar, onde partiram milhões de escravos para a América Latina, acolheu, justamente antes do evento, uma assembléa internacional de migrantes, principalmente de origen africano e vários deles vindos da América Latina, que culminou com a elaboração de uma Carta Mundial de Migrantes, uma declaração de princípios elaborada pelas mesmas pessoas migrantes com o lema de ‘Uma carta por um mundo sem muros’. Este proceso começou no ano 2006 e teria como objetivo reivindicar o direito universal a circular, viver e trabalhar livremente em qualquer lugar do planeta.

E o dia 7, o Fórum Social Mundial foi África. Seminários dedicados a analisar o papel da mulher no continente, o impacto das políticas neoliberais, a usurpação de seus recursos naturais, o peso da dívida externa, a imigração Norte-Sul, a luta contra os tratados de livre comércio, etc. foram algumas das temáticas abordadas.

A presença de organizações e coletivos da África do Oeste está sendo muito numerosa. Uma caravana de movimentos sociais recorrieu días antes do FSM vários países da região, desde Benín, passando por Togo, Burkina Faso, Malí, até chegar ao Senegal, num total de 3377 km, dando a conhecer o Fórum Social Mundial e animando a participação no mesmo. CADTM África, No Vox e varios ATTAC’s africanos, entre outros, dinamizaram a marcha. A caravana teve sua última parada em Kaolack, onde chegaram 450 participantes, e onde se celebrou, com o apoio de grupos de mulheres de toda a região, um encontro feminista e internacionalista.

Mas se um tema está presente em todo o FSM, como foi na jornada dedicada a África e como nos dias posteriores, é a revolta tunisiana. O levantamento do povo da Tunisia é um exemplo a seguir, que demonstra que hoje a revolução é possível. Em um contexto político com falta de vitórias concretas, as revoltas no norte da África, na Tunisia, Egito, Yemen, Jordania… demonstram que a luta serve. Fathi Chamki da ATTAC Túnisia deixou claro com estas palavras pronuciadas em um dos seminários do Fórum: “Se o povo aspira a vida, o destino não pode mais que dobrar-se a sua vontade”.

* Esther Vivas desde Dakar.
** Esther Vivas é colaboradora e articulista internacional do Portal EcoDebate.
*** Tradução Português: Paulo Marques

FONTE: EcoDebate, 10/02/2011

6 de fev. de 2011

O que está em jogo no Fórum Social Mundial 2011

por Gustave Massiah e Nathalie Péré-Marzano, representantes da Research and Information Centre for Development (CRID – France) no Conselho Internacional do Fórum Social Mundial.
 
      As questões do Fórum Social Mundial de Dakar estão organizadas em três grandes temas: a conjuntura global e a crise, a situação dos movimentos sociais e cívicos e o processo do Fórum Social Mundial. O FSM Dakar também será o momento para o debate sobre o caráter incompleto da descolonização e devir de uma nova fase descolonização. No Fórum de Dakar uma outra questão fundamental será a do seu alcance político nas mobilizações sociais e da cidadania. Isso conduz ao problema da expressão política dos movimentos sociais e de sua relação com os governos.
(...)
 
A referência ao contexto africano
     O Fórum Social Mundial de Dakar vai enfatizar questões essenciais que aparecem com mais nitidez com as referências ao contexto africano. A ênfase estará no lugar da África no mundo e na crise. A África é objeto privilegiado de análise, ao tempo em que exemplifica a situação global. Não é pobre; é empobrecida. A África não é marginalizada; é explorada. Com suas matérias primas e recursos humanos cobiçados pelos países do Norte e pelas potências emergentes, e com a cumplicidade ativa dos líderes de alguns estados africanos, a África é indispensável para a economia global e para o equilíbrio ambiental do planeta.

     A ênfase também estará na descolonização como um processo histórico incompleto. A crise do neoliberalismo e a crise de hegemonia dos Estados Unidos são indicativos da possibilidade de uma nova fase de descolonização, e do enfraquecimento das potências coloniais europeias. A representação Norte-Sul está mudando, uma situação que não elimina a realidade geopolítica e as contradições entre o Norte e o Sul.

     O Fórum priorizará as diásporas e as migrações como uma das questões centrais da globalização. A questão será enfrentada com base na situação atual dos imigrantes e seus direitos, numa análise de longo termo, com o comércio de escravos posto sob a perspectiva do crescimento do papel das diásporas culturais e econômicas.

     O Fórum debaterá as mudanças no sistema internacional, nas instituições multilaterais e nas negociações internacionais. Em particular, vai focar nas questões que tornam clara a necessidade de regulação global: equilíbrio ambiental, migração e diásporas, conflitos e guerras.


Outros olhares...

Porque a realidade costuma ser opaca... e, não poucas vezes, nossos olhares escorregam na sua superfície